quinta-feira, 14 de abril de 2011

CRIANÇAS TEM PRIORIDADE NA SAÚDE.



Entrevista do Dr. Antônio Neto (advogado do MBAF) concedida ao jornal Tribuna da Bahia.


Tramita pelas comissões da Câmara Federal um projeto de lei de autoria da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) que obriga clínicas e hospitais a priorizarem atendimento à criança e adolescente. Se a proposta for aprovada, a lei atingirá principalmente os hospitais de cidades do interior da Bahia, onde os menores acometidos por algum tipo de doença não dispõem de um atendimento digno. Em Salvador chegam a todo instante, ambulâncias de diversas cidades cheias de pacientes a procura de um tratamento especializado. Esse fato aumenta a quantidade de pacientes no aguardo de um atendimento médico nas unidades hospitalares de Salvador.

É o caso da dona de casa Rilza Carmem dos Santos que chegou da cidade de Serrinha às 7 horas da manhã e por volta das 10 horas já aguardava a condução da Prefeitura para retornar à cidade levando consigo a boa notícia de que havia marcado a data da cirurgia de seu neto de apenas dois anos de idade.

 “Aos quatro meses de vida ele apresentou um problema e teve que colocar uma válvula na cabeça. Por dois anos ficou sem acompanhamento de um especialista porque lá em Serrinha tem cinco hospitais, mas médico que é bom não tem. Se quisermos um atendimento pediátrico temos que pagar uma consulta de R$ 100 ou dormir na fila da Secretaria de Saúde da cidade para aventurar pegar uma das oito senhas que são distribuídas um vez por semana para o atendimento com uma pediatra”.

Conforme a dona de casa, criança pobre em Serrinha, morre à mingua. “Tenho consciência de que temos que disputar um atendimento com as pessoas da capital que também precisam ser atendidas, mas ficar no interior a espera de um especialista é esperar a morte”. Segundo a dona de casa todo prefeito da cidade inaugura um hospital, mas não tem um profissional da área médica que aceite a proposta de emprego, por falta de pagamento de salário.

A também dona de casa Raimunda Arcanjo Santiago acompanhava o afilhado de quatro anos numa avaliação com o cirurgião que dentro de poucos dias vai ser operado do fêmur. Desacreditada do atendimento na cidade de Araci, onde mora, ela não pensou duas vezes em procurar um hospital especializado em atendimento de crianças.

“Lá no interior é uma descaso tremendo, os primeiros documentos que encaminhariam meu afilhado para fazer a cirurgia, foi perdido pelos funcionários da Secretaria de Saúde. Tivemos de providenciar tirar tudo novamente, leva-lo novamente ao médico para ele encaminhar o menino para Salvador. Em apenas três semanas resolvi tudo em Salvador”. Disse Raimunda Santiago muito satisfeita com o atendimento no hospital Martagão Gesteira, que segundo ela tem um atendimento muito bom.

PROJETO - O objetivo do projeto de lei é dar preferência no atendimento e prevenção de doenças que ponham em risco o desenvolvimento da criança e do adolescente, além de estabelecer uma política de assistência à saúde no Sistema de Saúde Suplementar, por meio do auxílio da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Para o advogado Antônio Machado se o projeto de lei for realmente aprovado, a dificuldade maior está em encontrar profissionais de saúde especializados em pediatria. Segundo ele a procura por tal especialização está muito aquém do esperado. Também conforme o consultor Membro do Grupo de Negócios – Saúde do MBAF se aprovada a proposta, os planos de saúde também terão de se adequar à norma, pois serão obrigados a oferecerem aos adolescentes que fazem parte do quadro de beneficiários ações preventivas e de tratamento de doenças que possam colocar em risco o seu desenvolvimento e crescimento.

A ideia da senadora em elaborar o projeto de lei tem base nos estudos epidemiológicos recentes que demonstram que a prevenção eficaz da maior parte das doenças que acometem a população adulta na atualidade deve ser feita na infância.

Fonte: Tribuna da Bahia.
 

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